11/05/2013
Os dias se arrastam, cada vez com mais intensidade. Acumular funções rotineiras te faz viver um pouco menos, é nisso que eu penso. Só percebi quando me pego esquecendo de nomes e datas. Somos perfeitos em vista dos que nos rodeia, mas não o suficiente para simplesmente vivermos.
Esta semana me chegou uma notícia da qual é difícil de se aceitar no formato humano: a perda de alguém. Nos acostumamos a ter as pessoas a volta, sejam novas ou já nem tanto, que guardamos seu espaço em nossa memória como peças de um jogo de xadrez já a muito não utilizado. Sabemos que está lá, ou estará até que o tempo interfira no espaço.
Antônio. Pastor. Missionário. Acriano. Mas um gaúcho por opção. A não ser por um detalhe: ele gostava de comer feijão no churrasco. Talvez eu não seja lá quem melhor poderá descrever ele. Posso deixar para sua família, seus amigos de longa data, ou o Éder Duarte, que desde quinta, dia 09/05/13, se mobiliza para que ele tenha um enterro digno ao lado de sua família no Acre. Mas posso falar algo sobre ele, talvez o mais essencial do que ele nos proporcionou: a facilidade de fazer um amigo em tão pouco tempo.

Depois, apenas nos cumprimentamos quando o encontrava aqui na rua, na maioria das vezes quando eu chegava da faculdade e ia descansar para acordar cedo na manhã seguinte. Creio que há tempo para todo propósito debaixo dos céus. Eu posso reclamar hoje que poderia ter aproveitado um tempo maior para conhece-lo. Sem dúvida, é uma verdade. Mas tenho fé que mais conversas e mais mensagens eu ouvirei dele na Glória. Tenho fé que ele está com Deus, e nos espera, assim como aqueles que, pelo plano do Senhor, não pude conhecer verdadeiramente e estão lá nas alturas. Escrevo hoje pois senti sua partida como a de um amigo de longa data. Fiz questão de convidá-lo para celebrar o meu casamento com a Dani. Chorei na sexta ao lembrar que não fiz o convite pessoalmente, mas pelo Éder. Ele havia aceitado. E com alegria. O considerei um grande amigo, e espero vê-lo com nosso maior amigo no céu. Apesar da tristeza, sei que, se buscarmos, o tempo de Deus é justo. É desse tempo que eu preciso.
Até mais, Antônio!
PMSS
0 Comentário:
Postar um comentário