Façamos o que agrada a Deus e fujamos daqueles que Ele odeia, para que sejamos abençoados.
Vendo, portanto, que somos a porção do Santo, façamos todas as coisas que pertencem à santidade, evitando toda calúnia, todos os abraços abomináveis e impuros, junto com toda embriaguez, buscando a mudança [1], de todas as luxúrias abomináveis, adultério detestável e orgulho execrável. “Porque Deus”, diz [a Escritura], “resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes” [2]. Vamos nos apegar, então, àqueles a quem a graça foi dada por Deus. Vamos nos revestir de concórdia e humildade, sempre exercendo autodomínio, afastando-nos de todo sussurro e calúnia, sendo justificados por nossas obras e não por nossas palavras. Pois [a Escritura] diz: “Aquele que muito fala, muito ouvirá em resposta. E aquele que está pronto para falar se considera justo? Bem-aventurado aquele que nasceu da mulher e viveu apenas por pouco tempo: não fale muito” [3]. Que nosso louvor seja para Deus, e não para nós mesmos; pois Deus odeia aqueles que se elogiam. Que o testemunho de nossas boas ações seja prestado por outros, como foi no caso de nossos antepassados justos. Ousadia, arrogância e audácia pertencem àqueles que são amaldiçoados por Deus; mas moderação, humildade e mansidão para com os que são abençoados por Ele.
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Clemente de Roma
Pais Ante-Nicenos I - Os Pais Apostólicos
Notas:
[1] Alguns traduzem, “luxúrias juvenis”.
[2] Provérbios 3. 34; Tiago 4. 6; 1 Pedro 5. 5.
[3] Jó 11. 2, 3. A tradução é duvidosa [mas veja a Septuaginta].
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